"Este é o maior fracasso da democracia portuguesa"
"Eis parte do enigma.
Mário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana, para a voz da rua.
A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante a sua longa carreira politica.
A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo em Paris.
A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu, o processo de descolonização.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.
A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiência governativa.
A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.
A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers".
A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho no cargo.
A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais.
A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais.
A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.
A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume no caso Emaudio e no caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.
A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume às "ligações perigosas" com Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse carregado de diamantes, no dizer do Ministro da Comunicação Social de Angola).
A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França - 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros).
A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de grande importância estratégica para Portugal.
A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.
A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da Republica.
A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo Grande.
A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.
A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente no incêndio dos Paços do Concelho.
A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a cinco milhões de Euros.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de dois milhões e meio de Euros, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara de Lisboa.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.
A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República, na... Fundação Mário Soares.
A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.
A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era, claro está... João Soares.
A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.
A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.
A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.
A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre, para concorrer às eleições presidenciais uma última vez.
A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.
A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.
No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai. Vai... e não volta mais."
(De fonte anónima, fazendo-se passar pela Clara Ferreira Alves)
E recebido por email. Obrigada C., anyway...
Eu, pessoalmente, sinto-me bastante lúcida ao repudiar uma figura que consegue a distinta proeza de representar o pior, tanto dos políticos, como do povo português.
Mário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana, para a voz da rua.
A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante a sua longa carreira politica.
A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo em Paris.
A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu, o processo de descolonização.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.
A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiência governativa.
A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.
A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers".
A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho no cargo.
A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais.
A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais.
A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.
A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume no caso Emaudio e no caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.
A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume às "ligações perigosas" com Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse carregado de diamantes, no dizer do Ministro da Comunicação Social de Angola).
A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França - 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros).
A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de grande importância estratégica para Portugal.
A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.
A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da Republica.
A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo Grande.
A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.
A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente no incêndio dos Paços do Concelho.
A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a cinco milhões de Euros.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de dois milhões e meio de Euros, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara de Lisboa.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.
A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República, na... Fundação Mário Soares.
A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.
A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era, claro está... João Soares.
A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.
A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.
A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.
A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre, para concorrer às eleições presidenciais uma última vez.
A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.
A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.
No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai. Vai... e não volta mais."
(De fonte anónima, fazendo-se passar pela Clara Ferreira Alves)
E recebido por email. Obrigada C., anyway...
Eu, pessoalmente, sinto-me bastante lúcida ao repudiar uma figura que consegue a distinta proeza de representar o pior, tanto dos políticos, como do povo português.
Comentários
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mas seja como for, é um grande político e um tipo extremamente inteligente.
e já se sabe que quem trabalha com mel acaba sempre por dar umas colheradas.
É que o povo português é mesmo autista e totó.
Gostamos de ser enganados, gostamos de ver estes tipos gordos a lamberem-se de papo cheio, enquanto o povo não tem o que comer.
E como é possível ainda se dar a palavra a esta pessoa, que de tão
lúcida, só faz porcaria... é que a sua inteligência só funciona para proveito próprio!!!
Já quanto ao autor do texto, além de sofrer de azia permanente, tenho as minhas dúvidas. Qual será a sua ideologia?
o só ares é um pantomineiro que a estupidez popular alcandorou ao poder, tal como na implantação da república.
o só ares mação é um democrata da treta.
eu gostei muito deste texto.
É preciso não esquecer que Portugal deve muito a Mário Soares, que lutou contra uma ditadura, não deixou o país cair noutra, evitou uma crise, com uma política económica realista como nunca houve em Portugal, depois do 25/4 e foi o grande obreiro da entrada de Portugal na União Europeia. Será pouco? E parece-me que várias questões levantadas neste texto são pura demagogia (até parece que Soares contratou alguém para o agredir na Marinha Grande...)
Beijinho, pois politiquices à parte, a amizade é que conta.
Só por isso merece umas catorze estátuas!
Aliás, um gajo que, como o Sócrates, vai para a Maçonaria vestir aventais e fazer fretes a banqueiros, para sacar dinheiro para financiar campanhas eleitorais, é um democrata do camandro!
Foi apanhado na onda, e o povinho, sempre pronto a endeusar qualquer alarve, lá alcandorou o maçon jacobino pantomineiro ao Poder.
Os resultados estão à vista. Um país sem rei nem roque, que vive a balões de oxigénio de obras elefante-branco do tipo alfa pendular, tgv, aeroporto, aterros sanitários, estádios ou alquevas.
Dá votos e o povo gosta.
Essa de ter "salvo" o país da guerra civil é abusiva. Os partidos todos à excepção do PCP conspiraram para acabar com a ditadura comunista de 75. Até o MRPP.
Antes do tresloucado golpe de Estado de 25/4, lutou contra a ditadura vigente, nisso concordo. Infelizmente, com esse golpe de Estado, passámos de cavalo para burro.
Agora elegemos os ditadores quadrienais e oferecemos às antigas colónias o que estas nunca reivindicaram: a independência e a guerra.
Pessoalmenete estou muito grato ao Mário Soares, pois foi ele que me ofereceu esta casaca de abas de grilo.
Quem diz gravata, diz chapéu, pulover, etc..
Quero eu dizer que o manholas do Soares se preocupa com ele mesmo, e mai' nada. Como quase toda a gente, mas irrita-me que estes gajos passem por santos, quando se estão a cagar para o povo.
Soares não tem absolutamente nada do que se costuma designar por "sentido de Estado". Não faz ideia, nem remotamente, do que seja "servir o país". É um vulgar aprendiz de feiticeiro com dotes de vendedor de feira, que se gaba de ter metido Portugal na UE, como se isso fosse alguma coisa boa. Um campeão da demagogia, como tantos outros.
O que tem um indivíduo deestes de patriotismo? Digam-me sinceramente se conseguem descortinar patriotismo neste indivíduo. Soares não sente Portugal. Para Soares a França é o mundo, e Portugal é uma França pequenina, para ele brincar, cheia de pobrezinhos eternamente gratos ao "senhor doutor".
Para não falar na Esposa, auora de frases lapidares como:
"Uma mulher nem sempre é uma senhora, mas uma senhora é sempre uma mulher".
ou
"Peço desculpa, mas não bebo vinho de pipas", quando em visita à Adega Cooperativa do Cartaxo.
Louçãs de há uns anos, papás ricos e uma visão do mundo pelos livros, pelas cartilhas. Estou-me nas tintas para essa malta. Acho uma parolice o pessoal desbarretar-se perante suas insolências.
Neste momento não ligo e já não me apanham a discutir entusiasticamente as opções partidárias ou até as ideologias.
No máximo, entusiasmo-me (com uns fininhos!) na defesa da igualdade de direitos e de deveres, e no repudio à corrupção. Na sua impunidade.
Isto só lá vai com uma nova constituição e um novo modelo penal, por isso...
Mas gosto de pessoas, acredito na moralidade associada a um ego bem estruturado. Na espiritualidade e nos bons instintos que existem nos seres humanos.
E reconheço os estes valores quando os vejo. E o contrário.
Mas, como diz o sábio Pinguim, a amizade é que conta!
:)
Beiji*