(In)Cultura musical


Assumo, pronto! Sou uma gaja porreira mas não tenho cultura musical. Não naquele sentido de conhecer coisas realmente alternativas, experimentalistas, enfim... cultas. Como em tantas outras coisas, limito-me a discriminar entre aquilo que me agrada (neste caso ao ouvidinho) e o que não me agrada, e o que me faz sentir bem ou não.

A primeira vez que me acusaram de tal, era adolescente, vinda há pouco tempo do CREDO e meia beta (confesso), mas pronto, até boa piquena. E numa tarde de Primavera:

(M) " -Olha, liga aí a MTV que morreu o Kurt Cobain!!!"
(Celeste) " -Quem? Quem é esse?"
(M) ".............(pausa longa)............. O vocalista dos Nirvana."
(Celeste) " - Ah!!! Sério? Ai coitado..."

E pronto, estava confirmadíssima a minha falta de cultura musical. Bem podia ter feito a escola secundária com uma boa média, conhecer uma boa parte da história mundial, e ter noções razoáveis de política, sociologia, psicologia. Mas não tinha cultura musical, indo o desprendimento ao ponto de desconhecer o nome do malogrado vocalista da banda do momento. Estava feita!

Confere, na verdade... durante o secundário, os cd's que ofereciamos uns aos outros não variavam muito entre coletâneas tipo "Nº1" e "Now", o que já era bem bom, comparativamente às preferências musicais (pimba) cá do CREDO. Vá... também ouviamos REM, U2 e James. Eramos cultos, portanto! Ou assim pensavamos...

Chegada à cidade, a Celeste viu-se confrontada com a sua incultura, seguindo-se uma fase de adaptação a um novo mundo com novas realidades. E aí sim, travei conhecimento com várias sonoridades alternativas, bandas como Pixies, Sonic Youth, L-seven, The Clash, e cantores como (o grande) David Bowie, Lou Reed e Iggy Pop, entre outros.

No entanto, essa música acusticamente complexa, com mensagem, por vezes tortuosa, combinava com o meu estado interior de busca existencial, de auto-conhecimento. Actualmente, e apesar de o processo de auto-conhecimento durar uma vida, o colorido emocional, a urgência é diferente, e as inseguranças menores. Conclusão, já não consigo ouvir esse tipo de música, parece que não ressoa cá dentro.

Penso que, por estar a ficar mais velha (ups!), sinto-me bem a ouvir coisas ligeiras, descomprometidas, e de preferência alegres e ramboieiras! Daí que dou por mim a ouvir música que nunca pensei poder vir a apreciar, como Timbaland, Gwen Stefani, Justin Timberlake.

Atenção que também tenho algumas prefências musicais mais elaboradas (e portanto cultas, vá!!) como Goldfrapp, CSS e Scissor Sisters, mas, no geral, parece que voltei a ser a Celeste do CREDO. Como disse uma amiga minha: "Ai que estás bimba de todo!!!"

Comentários

Taralhouco confessa envergonhado que um dia destes tomou consciência de estar a abanar o pézinho ao som de Nelly Furtado...

:/
Pythea disse…
Bem...sempre me disseram que (embora adore a musica), não tinha gosto nehnum...d'à uns 2 anos todos dizem que tenho um gosto musical "excelenterrimo"...sará que mais velhos ficamos pioram os gostos ou será o contrário? Mau, mau...
Celeste disse…
:D
Pelos vistos depende! E sim, depende do meio social que nos rodeia, do círculo de relações e do nosso "focus" pessoal.

Digo eu...lol

Beijinhos
Fases como a Lua disse…
Fod&-*# tás a falar bem comó car"#$&!! Focus pessoal e o camandro...
Copinho de Leite disse…
Devo portanto ser um Ser em extinção pois ainda gosto de Pixies hehe... não considero que mudamos os gostos, apenas que alargamos os nossos horizontes, pois agorva vamos desde o electrónico até ao Gothic Metal.. e sim, deve ser da idade pois as bandas e gostos são os mesmos ;)

Beijinhos nas Pálpebras

PS- O Copinho é uma personagem, e como personagem, tem uma forte intensidade Machista, Tuga, e completamente abstraída do politicamente correcto... mas é porque foi isso que eu quis imprimir na personagem... o politicamente correcto não tem piada :)
Celeste disse…
Confirma-se que não tem piada, portanto está desculpado!

A Celeste sou mesmo eu (vá, pessoalmente digo mais alguns palavrões), o que faz disto é um blog narcisista :)

Ou seja, diferentes modalidades de blogismo. Qualquer dia temos que arranjar uma classificação os vários tipos de existências virtuais!
Beijos

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